“Conhecida e respeitada no mundo inteiro por sua política pública de moradia, a Suécia foi capaz de implementar um sistema misto de propriedade cooperativa, composto por conjuntos públicos e aluguéis regulados no mercado privado, que praticamente universalizou o acesso à moradia adequada no século 20. Isso porque, de um lado, desde 1923 constitui-se um poderoso sindicato de inquilinos, e ele se transformou em ator central na negociação coletiva de aluguéis. Por outro, no período do Pós Guerra, e particularmente entre os anos de 1965 e 1974, o governo lançou um programa muito massivo de construção habitacional no país”.
“Nos anos 1990 entretanto, tem início uma transformação da política, quando algumas companhias públicas, em dificuldades financeiras e diante de diminuição de subsídios estatais começam a vender seus estoques para empresas privadas. Isto se intensifica a partir de 2011, quando uma nova legislação exige que as companhias públicas atuem de acordo com as regras de mercado. Ao mesmo tempo, parte significativa do estoque construído nos anos 1970 necessitava de reformas, além de adaptação a novas tecnologias, sobretudo de controle climático. Por outro lado, entre a ascensão social da classe trabalhadora sueca e a imigração, conjuntos habitacionais de aluguel passaram a ser habitados predominantemente por famílias imigrantes, não brancas, o que claramente também constituiu um caldo de cultura para que os investimentos públicos em manutenção e serviços sociais sofressem cortes e restrições, piorando ali as condições de vida”.
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