Ondas de calor, quedas bruscas na temperatura, falta de água e ausência de verde agravam condições de vida nas periferias da Grande São Paulo.

Só no último mês, a cidade de São Paulo registrou os dias mais quentes do ano, em uma onda histórica de calor, seguidos por quedas bruscas de temperatura, que chegaram a variar até 11º de um dia para o outro, segundo boletim do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Esta instabilidade é um dos efeitos das mudanças climáticas com graves consequências, em especial para os moradores das periferias, mais vulneráveis a catástrofes climáticas.

Sem áreas verdes próximas de casa, com acesso restrito à rede de esgoto e com problemas crônicos de moradia, abastecimento de água e limpeza urbana, as famílias periféricas têm a saúde, segurança e bem-estar diretamente impactados pelas mudanças climáticas.

Infraestrutura precária, alta densidade populacional e desigualdades de acesso aos serviços de saúde e às áreas verdes nas periferias são algumas evidências do chamado racismo ambiental, que afeta diretamente os moradores dessas áreas, segundo a geógrafa Nara Leme, 29, moradora de Tucuruvi, na zona norte da capital paulista.

“Eles são os mais impactados por eventos climáticos e pelas temperaturas extremas, sobretudo as mulheres pardas e pretas, que geralmente são a maioria em bairros mais pobres”, diz Nara. “A paisagem [das cidades] nos conta uma história sobre quem tem e quem não tem acesso ao bem-estar – seja social, econômico, logístico e, por que não, climático”.

Fonte: https://jornal.unesp.br/2023/11/17/sem-infraestrutura-e-acesso-a-saude-populacao-periferica-e-mais-prejudicada-por-variacoes-no-clima/

Foto: retirada da reportagem.

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