A chuva forte que atingiu o Rio de Janeiro e a Baixada Fluminense no final de semana trouxe à tona uma discussão que há tempos já toma os espaços acadêmicos: o racismo ambiental. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, usou o termo em suas redes sociais para definir o impacto do temporal sobre a população negra e tem sido criticada por isso (veja vídeo abaixo). Mas, afinal, o que é o racismo ambiental?
O SBT News conversou com a arquiteta e urbanista Joice Berth, que estuda as dinâmicas de raça e gênero na área de direito à cidade. Para ela, o racismo estrutural é como um guarda-chuva que engloba o racismo ambiental.
egundo a urbanista, existe uma divisão no espaço urbano a partir das opressões que estruturam a sociedade: raça, classe e gênero. As pessoas pobres e pretas são as mais afetadas pela falta de estruturas urbanas, como moradia digna e saneamento, por falta de interesse político com a periferia. Quando uma forte chuva como a do fim de semana acontece, os efeitos da mudança climática são mais visíveis exatamente nesses lugares.
“É uma das características do racismo não se importar com o aprofundamento da precarização de certas áreas urbanas. Essas áreas são ocupadas majoritariamente por pessoas não-brancas e por pessoas pobres”, diz a pesquisadora.
Foto: retirada da reportagem.