Em artigo, Gleisi Hoffmann destaca que o Plano Nacional de Gestão de Crises e Resposta a Desastres Naturais estruturou-se em torno de quatro eixos: monitoramento e alerta, mapeamento, respostas e prevenção.
Além das medidas de socorro imediato, que mobilizam instituições de estado e ações voluntárias; além da solidariedade e da empatia com o sofrimento das vítimas, tragédias como a que vive a população do Rio Grande do Sul remetem invariavelmente à pergunta: o que o poder público poderia e deveria ter feito antes, para prevenir e evitar? A mesma indagação era feita em janeiro de 2011, quando o maior desastre ocorrido até então no Brasil atingiu a região serrana do Rio, com deslizamentos que deixaram mais de 900 mortos e desalojaram 300 mil pessoas, e cabe hoje revisitar as respostas de então.
O governo recém-iniciado da presidenta Dilma Rousseff reagiu à tragédia do Rio implantando um sistema de prevenção e respostas a desastres naturais, que simplesmente nunca havia existido no país. Enquanto esteve fortalecido, com investimentos, pessoal e uma diretriz de integração ministerial e federativa, aquele plano deu resultados concretos e abriu um caminho virtuoso. E teria hoje inestimável valia, se não tivesse sido esvaziado pelo arrocho fiscal, o negacionismo e o descaso que se impuseram depois do golpe de 2016.
O Plano Nacional de Gestão de Crises e Resposta a Desastres Naturais estruturou-se em torno de quatro eixos: monitoramento e alerta, mapeamento, respostas e prevenção. Seu funcionamento prático se deu a partir da criação, em 2011, no âmbito do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais – Cemaden.
Foto: retirada da reportagem.