“Fruto do crescimento desordenado, fermentado pela ideologia do Brasil Grande, patrocinada pela ditadura militar e mantida ao longo dos governos democráticos, as cidades incharam sem qualquer planejamento. Em 1960, 55% da população brasileira vivia no campo – na década seguinte, 56% já moravam na cidade e hoje esse número alcança expressivos 84%. No entanto, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), três em cada quatro habitantes dos centros urbanos sobrevivem em más condições, ou seja, não desfrutam de moradia adequada, não têm acesso a redes de água e esgoto e nem a coleta de lixo. (…)
O Mapa da Desigualdade 2017 mostra que a expectativa de vida no Jardim Paulista, bairro de classe alta de São Paulo, é de 79,4 anos, enquanto no Jardim Ângela, zona Sul da cidade, é de 55,7 anos – uma diferença de 23,7 anos, a mesma que distingue um habitante da França, na Europa, de um outro de Zâmbia, na África…”

Por El País

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