O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou, nesta terça-feira (26), que realiza em Brasília esta semana o I Encontro Nacional de Produção, Análise e Disseminação de Informações sobre as Favelas e Comunidades Urbanas do Brasil.
Participam do evento representantes de entidades como Central Única das Favelas (Cufa), do Observatório das Favelas, Observatório das Metrópoles e Uniperiferias, além de federações estaduais, governo federal e Ministério Público.
Segundo o IBGE, o objetivo é promover o diálogo entre esses diferentes atores e pensar em novas abordagens em relação às favelas e comunidades urbanas brasileiras quanto à produção, análise e disseminação de informações estatísticas.
Um dos pontos altos do encontro, segundo o coordenador de geografia do IBGE, Cayo Franco, é o debate sobre uma possível revisão do uso do termo “aglomerado subnormal”, que é usado hoje pelo instituto para se referir às favelas. Além disso, a ideia é consultar e identificar as demandas de dados de órgãos públicos, organizações da sociedade civil e academia envolvidos ou interessados na temática de favelas e comunidades urbanas.
“Durante o encontro, vamos refletir coletivamente sobre as representações construídas pelo IBGE a respeito das favelas e comunidades urbanas brasileiras, considerando a possibilidade de suprimir o uso da nomenclatura “aglomerado subnormal” nas bases e materiais de
divulgação do Censo de 2022, substituindo-o por outra que possa servir também como ponto de partida para a futura reformulação do conceito, visando à preparação de novas pesquisas”, afirmou Franco.
Este ano, o IBGE fez uma parceria com a Cufa e o Instituto Data Favela para conseguir concluir a coleta de dados do Censo Demográfico 2022 nas favelas, que tinham índices elevados de recusa da pesquisa. Na época, o instituto informou que, além de ausência e recusa, há outras questões que dificultam as pesquisas em favelas, como omissão de domicílios (de fundos ou na laje) e dificuldades de acesso e circulação.
Pela prévia do Censo divulgada em março, antes dessa ação “Favela no Mapa”, tinham sido contadas cerca de 16 milhões de pessoas morando em favelas no país, acima dos 11,4 milhões de habitantes pelo Censo de 2010.
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