Você provavelmente já ouviu falar sobre “especulação imobiliária”, um dos termos mais usados no mercado de imóveis. Mas você sabe do que se trata?
O engenheiro civil e doutor em Arquitetura e Urbanismo pela FAUUSP, Luiz Kohara, define a especulação imobiliária como o seguinte:
“É um processo que utiliza de diferentes mecanismos legais ou ilegais para a máxima valorização imobiliária, a fim de que o proprietário privado obtenha maior lucratividade na comercialização de imóveis vazios ou construídos, rurais ou urbanos”.
Geralmente, os especuladores deixam os imóveis urbanos vazios até que o patrimônio seja valorizado com a melhoria da infraestrutura através de investimentos de recursos públicos ou do crescimento demográfico na região, o que aumenta a demanda, portanto, encarece o preço dos imóveis.
No mais, manter o imóvel vazio e impedir que ele exerça a sua função social fere as premissas da Constituição Federal Brasileira (art. 5º, XXIII e no art. 170, III). Mesmo assim, há quem exerça pressão para viabilizar a prática especulativa sem maiores problemas:
“O lobby do mercado imobiliário para mudanças do Plano Diretor e legislações de zoneamento, em grande parte, é para favorecer que os seus interesses econômicos especulativos sejam permitidos pela lei”, explica Luiz, que tem pós-doutorado em Sociologia Urbana e Habitação e também é fundador e colaborador do Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos.
Foto: retirada da reportagem.