Atualmente existem 87 mil domicílios não-ocupados e uma área equivalente a 2,51 milhões de m2 de terrenos vazios na região central da cidade São Paulo. Qual seria o impacto na mitigação das emissões de gases de efeito estufa se este potencial habitacional fosse 100% aproveitado?

Nosso estudo demonstra que a destinação de imóveis ociosos e terrenos vazios da área central de São Paulo para moradia de baixa renda pode contribuir para estratégias de mitigação e adaptação climática, além de atender à função social da propriedade, princípio previsto na Constituição Federal de 1988 para orientar política de desenvolvimento urbano.

O município teria deixado de emitir: 4,4 milhões de toneladas de co2e, o equivalente a 5 vezes as emissões do município de Santo André em 2021 ou a 1% do total de emissões do Brasil. Seria possível destinar 202.303 moradias, o suficiente para atender 100% da população em situação de rua ou 91% dos moradores de áreas de risco. Uma pessoa de baixa renda que passaria a morar no centro poderia ganhar 3 anos de vida, o equivalente 2h35min por dia gastas no deslocamento, no intervalo de 40 anos de vida economicamente ativa.

São Paulo possui um padrão de urbanização altamente espraiado e excludente. A população vulnerabilizada se concentra em áreas distantes do centro e menos consolidadas.

Esse modelo de cidade cria grandes distâncias percorridas diariamente pela população e causa uma emissão intensa de gases de efeito estufa (GEE) decorrente das viagens entre centro-periferia, levando a uma forte dependência de combustíveis fósseis.

Fonte: https://polis.org.br/estudos/dossie-moradias-no-centro/

Foto: retirada da reportagem.

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