Censo do IBGE indica que há 588.978 unidades sem moradores, o que representa quase 12% dos imóveis particulares da capital.
A quantidade de domicílios sem moradores na cidade de São Paulo mais do que dobrou em 12 anos, entre 2010 e 2022, conforme dados divulgados pelo Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) divulgados nesta semana.
O estudo indica que havia 588.978 casas ou apartamentos considerados vagos no ano passado, número que era de 290.317 em 2010 — o que representa um crescimento de 103%. O IBGE define como domicílio vago aquele que não tinha morador na data do recenseamento (mesmo que tenha sido ocupado posteriormente).
A capital paulista possui 4.983.471 imóveis particulares, de acordo com o Censo 2022. As unidades vagas representam 11,8% do total. O mapeamento divide os tipos de domicílios particulares em permanentes ocupados e não ocupados. Ainda separa em ocupados com entrevistas feitas e não feitas pelos recenseadores.
Presidente da Comissão Nacional de Direito Urbanístico da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Daniela Libório aponta três causas:
- especulação imobiliária;
- degradação no entorno dos imóveis;
- desaceleração econômica.
Segundo ela, a Constituição Federal traz possibilidades para o poder público agir e dar uma função social a imóveis ociosos em até 10 anos.
A especialista avalia o novo Plano Diretor aprovado na Câmara Municipal como insuficiente a fim de zerar o déficit habitacional de São Paulo. Para a cidade acabar com a necessidade atual de casas e apartamentos, ela pondera ser preciso mudar o foco para as pessoas, não os prédios.
“Imobilidade ou trânsito é tempo roubado da vida. O Plano Diretor não está tentando mudar isso, está pensando em ter construções. [A discussão] não é sobre isso. Acabamos de ver no IBGE que temos essas construções. O que não temos é relação do metro quadrado retido com as pessoas que precisam dos imóveis. Esses dados que não se movem”, afirmou.
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