Apartamentos não atendem famílias. Capital produziu mais de 100 mil unidades de habitação de até R$ 350 mil entre 2014 e 2019, mas apenas 15 mil foram feitas nos eixos, ou seja, com fácil acesso ao transporte de alta e média capacidade; 90% das unidades de até R$ 240 mil estão longe dessa região.

Na última audiência pública geral antes da segunda votação da revisão do Plano Diretor da cidade de São Paulo, na metade de junho deste ano, a urbanista Raquel Rolnik subiu no plenário da Câmara de SP e disse que o “boom imobiliário” que aconteceu na capital nos últimos anos “não correspondeu a uma maior oferta ou acesso à moradia de quem mais precisa”, ou seja, as pessoas economicamente vulneráveis. A revisão do Plano Diretor foi sancionada na sexta-feira (7).

Um estudo feito pelo Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade (LabCidade) e pelo Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), vai ao encontro da fala.

A pesquisa — conduzida por Paula Freire Santoro, coordenadora do LabCidade, e Laisa Stroher, do LabCidade, do Perifau da UFRJ, do LEPUR da UFABC e professora da FAU-UFRJ) — mostra que:

  • São Paulo produziu mais de 100 mil unidades do segmento econômico (de até R$ 350 mil, segundo a pesquisa) entre 2014 e 2019;
  • No entanto, apenas 15% (15,1 mil) dessas unidades foram feitas nos eixos, ou seja, com fácil acesso ao transporte de alta e média capacidade;
  • Além disso, 90% das unidades de até R$ 240 mil estão longe dessa região considerada privilegiada para os pesquisadores da área;
  • E grande parte das unidades produzidas nos eixos, segundo o LabCidade, são pequenas e com metro quadrado caro.

“Com aquilo que está no projeto de revisão, o que vai ser produzido é muito mais apartamentos para investimento, apartamentos para a classe média alta, para usuários de automóvel, que não têm nada a ver com as maiores necessidades da cidade”, completou.

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Foto: retirada da matéria

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