Desativado este ano pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o Aeroporto Carlos Prates dará lugar a um novo bairro, com 4,5 mil imóveis, equipamentos públicos e área verde. É o que prevê projeto da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) em análise pela União para a destinação social da área, de mais de 500 mil m², apresentado nesta terça-feira (31/10/23) à Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

A reunião foi solicitada pela deputada Bella Gonçalves (Psol), que milita há décadas em movimentos sociais pelo direito à moradia. Ela se mostrou esperançosa com a disposição do governo federal, proprietário do terreno, de discutir o uso do patrimônio da União para a garantia de habitação à população de baixa renda. “A proposta é botar a moradia no centro, integrada com a cidade, no que pode ser o modelo mais bonito do Minha Casa, Minha Vida”, destacou.

Ela recebeu o apoio do deputado Leleco Pimentel (PT), que comemorou o entendimento da prefeitura com a União como uma oportunidade dos sem-teto terem dignidade.

Guilherme Pimenta, assessor da Subsecretaria Municipal de Planejamento Urbano, foi quem apresentou o projeto da PBH. Conforme informou, dos 4,5 mil imóveis que serão construídos, 3.150 serão unidades habitacionais, distribuídas para famílias com até 2,5 salários mínimos (2.205) e 5 salários (945). Os outros 1.350 serão para livre comércio.

Representantes de movimentos populares por habitação denunciaram, durante a audiência, o assédio de vizinhos da área do antigo aeroporto contra a possibilidade dela ser ocupada pela população de baixa renda. Inclusive com uma campanha de difamação, espalhando a desinformação, além de tudo preconceituosa, de que favelados e bandidos iriam tomar conta do Carlos Prates.

Para Ednéia Aparecida, coordenadora do Movimento Nacional de Luta por Moradia, parcela considerável das classes mais altas quer a presença dos pobres nas áreas mais valorizadas apenas no horário de expediente. “Nós vamos morar no Carlos Prates”, desafiou o coordenador-geral da Pastoral Metropolitana dos Sem Casa, Carlos Alberto Silva.

Ver mais: https://www.almg.gov.br/comunicacao/noticias/arquivos/Projeto-de-moradias-populares-na-area-do-antigo-Aeroporto-Carlos-Prates-ja-decolou/

Foto: retirada da reportagem.

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