“Alguns críticos enfatizam a distância entre as propostas originais de aplicativos como Uber e AirBnB e o que se tornaram hoje. Em 2015, Giana Eckhardt e Fleura Bardhi afirmavam, na Harvard Business Review, que a “economia do compartilhamento” acabou por não ter nada que ver com o compartilhamento propriamente dito. Alugar um quarto por meio do AirBnB estaria menos relacionado a práticas de consumo coletivo e consciente ou à criação de novos laços de confiança e muito mais ao consumo de um bem por um preço mais baixo e, claro, ao lucro da transação comercial. Assim, “economia do compartilhamento” seria uma expressão enganosa. Alguns autores têm preferido falar em “capitalismo de plataforma”, “economia de acesso”, “capitalismo de multidão” ou “gig economy”. Independentemente do nome que decidirmos utilizar, uma das principais questões é saber como essas plataformas estão ditando um novo modelo de negócios, provocando mudanças estruturais que ainda não são completamente visíveis ou compreensíveis em seu todo”.

“Para além dos problemas de competição e tributação que surgem da desestabilização dos mercados tradicionais de hotelaria e de corretoras imobiliárias (AirBnB versus hotéis e corretoras), as questões mais urgentes surgem do impacto que o modelo do AirBnB tem no mercado residencial de longo prazo nas cidades. Um apartamento ou uma casa inteira alugado para turistas por meio da plataforma deixa de ser alugado via lei de locação para moradores locais, que vão viver anos naquela unidade. O uso comercial do AirBnB acentua ainda mais este aspecto, já que as empresas que atuam na plataforma não vão oferecer um quarto em um apartamento com mais pessoas ou colchões de ar numa residência estudantil, mas uma unidade inteira”.

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