“O fenômeno está diretamente relacionado ao contexto atual de recessão econômica, o crescimento do desemprego e a crise da moradia. Para piorar, num momento como esse, em que claramente há uma necessidade de intervenções públicas voltadas à proteção dessa população, o orçamento da cidade não contempla um maior investimento nessa direção. Pelo contrário, verifica-se que pelo menos nos últimos seis anos os recursos voltados para as políticas de assistência social, e em especial aos programas dirigidos à população em situação de rua, permanecem estáveis mesmo que o orçamento geral da cidade tenha aumentado um pouco”.

“Enquanto isso, os próprios moradores que estão vivendo nas ruas vão criando suas redes e condições de sobrevivência, sem apoio nem recursos públicos, mas muitas vezes contando com solidariedade de organizações e coletivos da sociedade. Na região dos Campos Elísios, por exemplo, muita gente pensa que as pessoas estão concentradas  nas ruas por conta da existência de uma oferta de drogas. Este fluxo de pessoas, conhecido como Cracolândia, concentra, sim, usuários de álcool e outras substâncias químicas. Entretanto, quem relaciona a concentração de moradores com a droga desconhece que, diante de uma absoluta falta de políticas de acolhimento, as pessoas estabelecem uma rede de sobrevivência e apoio mútuo que permite que consigam existir mesmo que numa condição absolutamente precária”.

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