“Contam-se aos milhares os que não têm uma casa para morar na Região Metropolitana do Recife. Um déficit que nem o maior programa habitacional do País, o Minha Casa Minha Vida, conseguiu resolver”.

“As palafitas são o nervo exposto da falta de uma política pública de habitação no Recife e na RMR”.

“Os barracos de madeira, fincados no Capibaribe, dão para um pequeno pátio improvisado. É o cortiço da vergonha. Chega-se lá por um beco estreito. Cada canto abriga um pedaço da família. Solange a matriarca, é irmã de Sineide, mãe de Taynara, cunhada de Maria das Graças. Com maridos/filhos/sobrinhos/netos, somam 15 pessoas, espremidas em quatro palafitas. Por três vezes, já viveram o pesadelo de ver o fogo consumir as tábuas dos casebres da Comunidade Roque Santeiro, no bairro de Coelhos, região central de Recife. Ali, vive-se de espera. Faz décadas. Depois do clamor de mais um incêndio, prometeram que todos ganhariam um apartamento. Não ganharam. Nem há esperança de ganhar. “São quase 30 anos aqui dentro. Esqueceram da gente”, diz Solange Maria Lagos, 56 anos. A sensação de abandono se traduz em números concretos. Levantamento feito pelo Jornal do Commercio revela que a oferta de moradia popular na capital caiu, drasticamente, ao longo dos últimos 19 anos. Situação que só tende a piorar. Os recursos que jorravam do maior programa habitacional do País, o Minha Casa Minha Vida (MCMV), começaram a minguar e, agora, escassearam de vez, sobretudo, para os mais pobres. Sem o aporte massivo do governo federal, a produção de unidades de interesse social exigirá das gestões municipais soluções soluções múltiplas e a busca por novas fontes de financiamento. Porque é na porta das prefeituras que a população vai bater pedindo o que lhe é de direito: uma casa digna para morar”.

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