“Divulgada no início do mês, a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do IBGE, que recolhe dados acerca das despesas das famílias brasileiras, gerou comentários que apontaram para o aumento da desigualdade de renda (3% das famílias concentram 20% da renda do país) e o empobrecimento da população na última década. Um aspecto importante que apareceu na imprensa foi que, pela primeira vez na série histórica das POFs, o custo com transporte é mais alto do que o da alimentação, figurando juntamente com o custo da moradia (que também aumentou de 35,9% para 37% na década) as duas maiores despesas de consumo das famílias, que somadas chegam a 54,7% dessas despesas. Se consideramos somente somente a população em área urbana, esse peso é ainda maior, chegando a 57,2%”.

“Queremos chamar a atenção aqui, entretanto, para um indicador que foi pouco comentado quando da divulgação da nova POF: o aprofundamento da tendência de alta das despesas com habitação, de longe o componente mais alto destes custos urbanos. Enquanto na década passada as famílias residentes em área urbana com renda de até 2 salários mínimos – que atualmente correspondem a 23,9% do total de famílias no Brasil – já gastavam 41,8% das despesas de consumo com habitação (ou 39,2% da sua renda), a nova POF mostra que tais despesas hoje correspondem a altíssimos 44,4% (Gráfico 2) das despesas com consumo (ou 41,2% da renda). Estes números estão acima, portanto, dos 30% da renda considerado”.

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