A favela do Jardim Julieta está prestes a entrar nas crescentes estatísticas de reintegrações de posse, remoções e despejos, que têm jogado milhares de pessoas nas ruas em um momento em que os governos pedem isolamento social para conter a disseminação do novo vírus. Estão ali também muitos que não conseguem morar em outro lugar com a renda que obtêm como motoristas, entregadores de aplicativos e operadores de telemarketing.

Segundo o Observatório de Remoções, mantido pelo LabCidade da FAU-USP, mais de 2.500 pessoas foram removidas de suas casas por reintegrações de posse e incêndios no estado de São Paulo desde março. O número não inclui a massa de despejados por falta de pagamento do aluguel.

Um dos coordenadores da ocupação, o motorista Luís Carlos da Silva diz haver contradição na tentativa de expulsá-los agora: “O governo quer a pessoa em casa, mas quer jogar as pessoas na rua?”, questiona.

Entidades afirmam que, no estado de São Paulo, as remoções diminuíram durante a pandemia, mas continuam ocorrendo. Isso expõe a população a maior risco de contaminação, dizem. Por isso, fizeram uma denúncia à ONU.

“A remoção sempre acaba violando direitos. Mas durante a pandemia é um crime. Estamos falando de remoções sem nenhum tipo de atendimento habitacional imediato, de pessoas sendo postas na rua em plena pandemia, expostas de uma forma muito, muito violenta”, diz a professora da FAU Raquel Rolnik, uma das coordenadoras do Observatório de Remoções.

Além disso, Rolnik afirma que em diversos países as remoções foram suspensas, o que não aconteceu no Brasil, onde o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetou uma regra que impedia despejos na quarentena.

Veja matéria completa em: SP mantém remoções – Folha de S.Paulo

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