Mais do que atuar nas urgências que a pandemia apresenta, o desafio é pensar no porquê da vulnerabilização dessas populações, o local onde as tramas tecidas pelas dinâmicas das desigualdades sociais se desenrolam com mais força.

Favelas: riscos maiores para 6% da população brasileira durante a pandemia

Os espaços territoriais forjados pelas desigualdades têm nas favelas brasileiras um de seus mais evidentes exemplos. Entendidas como territórios de exclusão, mas também de resistência, as favelas foram historicamente naturalizadas por meio de dinâmicas políticas e econômicas em face de nossa tradição colonial que hierarquiza e subalterniza determinadas populações.

É o caso de moradores de favelas e populações indígenas, por exemplo. No entanto, chamar uma pessoa de “vulnerável”, é correr o risco de criar um rótulo reduzindo o sujeito a uma condição que não lhe é própria, mas resultante de dinâmicas e enredos sociais que não asseguram os direitos básicos, como saúde, educação, justiça, saneamento etc.

Mais do que atuar nas urgências que a pandemia apresenta, o desafio é pensar no porquê da vulnerabilização dessas populações, o local onde as tramas tecidas pelas dinâmicas das desigualdades sociais se desenrolam com mais força. Ainda que os números da epidemia em escala global, nacional, estadual sejam importantes, ao mesmo tempo podem servir para tornar invisíveis as razões das vulnerabilidades. É nesse sentido que se justifica olhar o comportamento da doença num dos principais espaços forjados pelas desigualdades no Brasil: as favelas.

Veja mais em: Impacto Social da Covid(FIOCRUZ)

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