Em 53 anos de vida, a auxiliar de serviços gerais Márcia Marinho só teve casa própria uma vez na vida, quando herdou um barraco da mãe no Recife. Vendeu o espaço depois que um homem invadiu e tentou estuprar uma das filhas dela. Desde então, alimenta o sonho da casa própria. Por isso, passou 15 anos em São Paulo.

Voltou à sua terra natal no meio da pandemia e recebeu um convite de uma das filhas: ocupar um espaço de exposição no prédio do antigo Centro Cultural dos Correios, no Bairro do Recife. “Quem sabe não é daqui que sai a minha casa”, explica.

Márcia integra uma das 150 famílias que ocupam o prédio desde o dia 7 de setembro deste ano. Todas foram mobilizadas pela Frente Popular por Moradia no Centro e formam a Ocupação Custódio Pereira, que marca uma peleja por habitação no Centro do Recife — área de caráter comercial que esconde edificações desocupadas e sem função social.

É o caso do prédio de número 262 da Rua Marquês de Olinda, uma das vias que levam ao Marco Zero, cartão-postal recifense. A edificação, comprada em 1921 para ser a sede dos Correios em Pernambuco, era ocupada pelo centro cultural e uma agência postal. O centro cultural operava desde 2009 e fazia parte do circuito de artes do bairro. Em março de 2020, fechou em função da pandemia e não voltou a reabrir. Agora, os cinco pavimentos, com seis salas de exposição, auditório e restaurante, estão ocupados por pessoas que desejam um teto próprio para viver. “Por causa da pandemia, existem muitas famílias sem conseguir pagar o aluguel. Lógico que a gente não quer ficar aqui, o que a gente quer é moradia”, explica Bruna Macêdo, 28, uma das líderes da Frente Popular por Moradia no Centro.

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