Há 29 anos, Simone Santos, 45, tem se dedicado à construção de sua casa, localizada na rua das Jangadas, em Paraisópolis, zona sul de São Paulo.

Apesar dos anos de trabalho árduo e dos altos custos de material de construção e mão de obra, a moradora compartilha a incerteza sobre o futuro.

No mesmo quintal, reside a irmã de Simone, a diarista Sandra Santos, 46, que enfrentou desafios semelhantes ao construir a própria casa.

Entretanto, Simone e Sandra compartilham uma preocupação em comum: a ameaça de remoção, marcadas pela Prefeitura no ano anterior devido ao projeto de canalização do córrego Antonico.

Simone e Sandra estão entre as 1.598 famílias que receberam notificação de remoção em suas portas. Embora 671 famílias já tenham sido atendidas, de acordo com a Sehab (Secretaria Municipal de Habitação).

Simone destaca a dificuldade de adquirir uma casa dentro ou fora da favela de Paraisópolis, dada a alta de preços no mercado imobiliário. “É injusto gastar tanto dinheiro em uma casa e, no final, famílias terem que sair com um valor que não dá pra comprar outra moradia digna, como a nossa, que trabalhamos a vida inteira para conseguir”.

Além da indenização, uma alternativa oferecida às famílias removidas é o auxílio-aluguel no valor de R$ 600. No entanto, para Simone e Sandra, esse valor é inadequado para encontrar uma moradia semelhante às suas atuais. “É desrespeitoso eles oferecerem esse valor, baixo tanto no aluguel quanto na indenização”, critica Sandra.

Fonte: https://www.agenciamural.org.br/corrego-em-paraisopolis-desapropriacao-de-familias/

Foto: retirada da reportagem.

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