Um dos grandes problemas dos grandes centros urbanos na contemporaneidade é o apartheid territorial presente nas cidades. Em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, o professor Ricardo Abramovay, do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP, e autor do livro Amazônia: Por Uma Economia do Conhecimento da Natureza, analisa o conceito de desmobilidade. Ao contextualizar a situação, o professor Abramovay indica que “o ponto de partida é a contradição que está embutida na própria ideia de automóvel.

O automóvel tem uma conquista tecnológica que permitiu ampliar de maneira extraordinária a mobilidade humana durante o século 20”, e completa ao dizer: “Só que, a partir da segunda metade do século 20, o carro se transforma numa espécie de seu contrário. Com a compra massiva de carros, a quantidade de veículos era tanta que as pessoas, em vez de terem mobilidade, ficavam presas no trânsito”.

As alternativas em alta no século 20 aparentavam ter solucionado os problemas de mobilidade, mas mostraram-se ineficientes em diversos pontos. “Não adianta você tentar resolver o problema do transporte focando exclusivamente no sistema de transporte”, afirma o professor. “O século 21 é o século em que a gente renunciou a esse tipo de abordagem fragmentária. Por exemplo, os carros que hoje circulam são altamente emissores de gases do efeito estufa. ‘Ah, então eu vou resolver isso com carro elétrico e com energia limpa’, isso é uma visão fragmentária. O que é uma visão baseada na ciência do século 21, que são as ciências da complexidade, é você vincular o deslocamento à moradia, ao emprego, ao lazer e à vida na cidade.”

Leia a matéria completa em Jornal da USP.

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