Problemas estruturais nas casas de reassentamento construídas pela Fundação Renova foram objeto de denúncias por parte dos atingidos pelo rompimento da Barragem de Fundão do município de Barra Longa e distrito de Gesteira, na manhã desta sexta-feira (19/05/23).

Na audiência pública realizada pela Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG)os atingidos afirmaram que o Ministério Público Federal, na figura do procurador da República Carlos Bruno Ferreira da Silva, teria assinado documento em nome deles, sem os consultar, aprovando essa lista de recursos para que os atingidos reformem as casas construídas pela Fundação Renova ou reconstruam as moradias que foram derrubadas pela Fundação. Os atingidos questionaram os valores aprovados sem consulta a eles e muito abaixo do necessário para as reformas e construções.

De acordo com a representante da Comissão de Atingidos de Gesteira, Maria das Graças Lima Bento, com a circulação de caminhões pesados das mineradoras na área, as casas ficaram trincadas, com paredes quase caindo em cima de famílias.

“A Aecon Engenharia fez a perícia, o Movimento de Atingidos por Barragens e a Fundação Renova fizeram vistoria. Após isso, para nossa surpresa, tanto os valores quanto a lista das moradias a serem reformadas não condizem com a realidade. Considerando o preço dos materiais e a mão de obra, os valores não são justos. E temos de cumprir um prazo de quitação. Além disso, alguns moradores prejudicados não vão receber nada. A empresa fez o estrago, porque tem de ficar do jeito que eles querem?”, questionou.

Advogada e coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas Socioambientais (Gepsa) e professora adjunta da Universidade Federal de Ouro Preto, Tatiana Ribeiro de Souza ressaltou que as instituições não podem substituir as vítimas nas tomadas de decisões. “Enquanto os atingidos não se sentirem reparados, essa reparação não terá acontecido e o crime não pode ser considerado solucionado.”

“Para além da casa rachada, as pessoas estão abaladas psicologicamente. Desde a tragédia, tiveram seu projeto de vida interrompido e se deteriorando. As pessoas não se sentem seguras dentro da própria casa. Um pesadelo sem fim.”

Leia a matéria completa no site da ALMG

Foto: Guilherme Bergamini

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