Há 20 anos convivendo com os perigos de morar ao lado de uma linha férrea, Poliane Cristina Furtado nunca teve motivos para ficar tão preocupada. A cada chuva, sua cozinha se enche de lama que se infiltra da parede e do piso. Depois de chamar a Defesa Civil, os motivos de alarme aumentaram, pois foi advertida de que a parede de sua cozinha pode romper. O problema, segundo ela, começou depois que casas vizinhas foram demolidas para viabilizar a obra da Linha 2 do metrô de Belo Horizonte.

A casa de Poliane Furtado foi uma das visitadas nesta segunda-feira (24/11/25) pela deputada Bella Gonçalves (Psol), presidenta da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O objetivo foi verificar os impactos das obras para alguns moradores de casas vizinhas, nos Bairros Nova Gameleira e Nova Cintra. A Linha 2 está sendo construída ao lado da linha férrea utilizada pela MRS e VLI, grandes empresas de logística.

A cozinha cheia de barro e a parede que ameaça desabar não são os primeiros problemas que as obras do metrô causaram para Poliane Furtado. Há quatro meses, ela vivia em outra casa, no mesmo bairro, que foi desapropriada para a construção da Linha 2.

Com o dinheiro da indenização, ela comprou a casa atual, uma vez que a Metrô BH, empresa responsável pelo projeto, lhe garantiu que a moradia não seria afetada. De fato, sua casa atual continua de pé, mas a demolição das residências que ficam logo acima, há três semanas, abriu caminho para a infiltração da água e da lama, que ameaçam expulsá-la para a rua, pela segunda vez.

Outras 16 famílias vizinhas nem indenização conseguiram.

Foto: retirada da reportagem.

Fonte: Assembleia Legislativa de Minas Gerais

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