Abandonado há mais de 15 anos, o antigo prédio de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), localizado a apenas 200 metros da praça da Estação, no coração do centro de Belo Horizonte, é desejado por dois projetos completamente distintos. Enquanto a Prefeitura de BH (PBH) pretende ocupar os 12 andares do edifício histórico com moradias populares, uma agência de atração de investimentos ligada ao governo de Minas deseja transformar o quarteirão — que engloba a avenida do Contorno e as ruas da Bahia, Guaicurus e Espírito Santo — em um complexo de saúde e biotecnologia.

Esvaziado pela universidade em 2009 e cedido em 2011 ao Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG), o prédio acabou não sendo utilizado pelo órgão de Justiça. Neste intervalo, o imponente edifício que foi inaugurado em 1922, chegou a ser ocupado por movimentos populares, na chamada ocupação “Tina Martins”, que, em 2016, foi alvo de uma reintegração de posse. A ideia do grupo que ocupou o local era transformar o prédio em um centro de referência no atendimento à mulher.

O Termo de Entrega, que repassou o bem ao tribunal, tinha um prazo de dez anos para ser concluído. Com isso, no próximo dia 15 de março de 2026, os direitos sobre o prédio retornarão para a União, que, somente então, poderá definir o seu destino. Em dezembro de 2023, o então prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), anunciou que tinha enviado ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos um pedido de cessão do imóvel. 

A proposta segue na mesma direção do projeto de Retrofit — reforma de prédios antigos desocupados — que há alguns anos vem sendo implementado pela PBH. Em fevereiro deste ano, O TEMPO divulgou que o antigo prédio do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), que fica em frente ao “BH Resolve”, receberia o investimento de mais de R$ 21 milhões para ser transformado em lar para 88 famílias carentes de quatro movimentos de luta por habitação

Foto: retirada da reportagem.

Fonte: O Tempo

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