Moradores da Região Metropolitana do Recife (RMR) e entidades sociais cobraram das prefeituras e do Governo do Estado garantias de habitação para famílias que tiverem casas removidas por causa das obras na bacia do Rio Tejipió. A demanda foi apresentada durante debate promovido nesta segunda (3) pela Frente Parlamentar em Defesa do Rio Tejipió, da Alepe.
Uma das comunidades às margens do Tejipió que pode ser afetada pelas remoções é Sapo Nu, localizada no Curado, ao lado da BR-232 e na divisa entre Recife e Jaboatão dos Guararapes. O local foi um dos mais atingidos pelas enchentes de 2022.
De acordo com informações repassadas aos moradores, a Prefeitura do Recife pretende reassentar as famílias para construir uma área de retenção das águas do Tejipió. Os moradores, porém, afirmam que o processo ocorre sem diálogo e que não há previsão de entrega de novos imóveis, mas apenas pagamento de auxílio-moradia.
Representantes de organizações não governamentais, como a Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase) e o Centro Dom Helder Câmara de Estudos e Ação Social (Cendhec), pediram maior envolvimento do Governo do Estado nas tratativas com as comunidades da bacia.
As entidades e moradores defenderam que as soluções sejam planejadas de forma integrada, contemplando todo o percurso do Rio Tejipió e não apenas municípios individualmente. Uma das propostas discutidas foi deslocar a área de contenção para trechos mais altos do rio, em Jaboatão ou São Lourenço da Mata, o que poderia evitar a remoção total da Comunidade Sapo Nu.
Foto: retirada da reportagem.
